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O Que é Febre Amarela?

A febre amarela é uma doença viral hemorrágica aguda, transmitida pela picada de mosquitos infectados. O nome vem da icterícia (amarelamento da pele e olhos), sintoma comum em casos graves. Pertence à família Flaviviridae (a mesma da dengue e zika) e possui dois ciclos de transmissão:

  • Ciclo silvestre: Ocorre em áreas florestais, onde mosquitos Haemagogus e Sabethes picam macacos (hospedeiros naturais) e, acidentalmente, humanos.
  • Ciclo urbano: Envolve o Aedes aegypti (mesmo da dengue), que transmite o vírus entre humanos. No Brasil, o ciclo urbano foi erradicado em 1942, mas o silvestre persiste, principalmente na Amazônia e regiões de mata.
    Dado recente (2025): Em janeiro deste ano, 17 casos e 7 mortes foram confirmados em São Paulo e Colômbia, segundo a OPAS.
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Alerta Epidemiológico Febre amarela na Região das Américas – 3 de fevereiro de 2025

Como Se Pega Febre Amarela?

A transmissão ocorre pela picada de mosquitos infectados. Nas florestas, os vetores são os Haemagogus Sabethes, que circulam entre macacos e humanos. Nas cidades, o Aedes aegypti (presente em água parada) é o responsável pela transmissão do vírus.

Após picar um hospedeiro infectado, o mosquito leva de 10 a 14 dias para transmitir o vírus para novas vítimas. Viajantes não vacinados em áreas endêmicas, moradores de zonas rurais e quem acumula água parada estão entre os grupos mais expostos.

Em 2025, o interior de São Paulo registrou casos em cidades como Socorro e Tuiuti, reforçando a necessidade de proteção para quem vive ou visita regiões de mata.

Sintomas de Febre Amarela

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Nos primeiros 3 a 6 dias após a picada, surgem febre alta súbita (39-40°C), calafrios, dor de cabeça intensa, dores musculares (especialmente nas costas), náuseas e vômitos. Em 15% dos casos, após uma breve melhora, a doença evolui para a fase tóxica, caracterizada por icterícia, urina escura, sangramentos (nariz, gengivas, estômago) e falência hepática ou renal. A mortalidade chega a 50% nesses casos, principalmente por complicações como choque circulatório.

Prevenção: Vacina e Medidas Práticas

Em caso de Não vacina, o manejo do infectado inclui hidratação intravenosa, controle da febre com paracetamol e internação em UTI para casos graves, podendo incluir até transfusões de sangue em situações críticas.

A vacina é a principal arma de prevenção, com eficácia de 95-99% em dose única. Recomendada para viajantes e moradores de áreas de risco, ela é contraindicada para grávidas, alérgicos a ovo e imunossuprimidos.

Como Surgiu a Febre Amarela?

A febre amarela tem raízes profundas na história da humanidade, com os primeiros registros documentados em 1648, descritos em códices maias no México, que relatavam sintomas de “vômito negro”. No Brasil colonial, o primeiro surto oficial ocorreu em 1685, durante a ocupação holandesa em Pernambuco, onde a doença devastou populações locais. No século XIX, epidemias assolaram cidades como Nova Orleans (EUA) e regiões do Caribe, enquanto no Rio de Janeiro, em 1850, a febre amarela matou cerca de 10% da população, marcando um período de terror sanitário.

A virada veio no início do século XX, quando o sanitarista Oswaldo Cruz liderou campanhas pioneiras de combate ao Aedes aegypti, incluindo ações de fumacê e educação pública, que culminaram na erradicação do ciclo urbano da doença no Brasil em 1942. No entanto, o ciclo silvestre persistiu, principalmente na Amazônia. A partir de 2014, o país enfrentou uma reemergência alarmante, com surtos em Minas Gerais, Espírito Santo e, mais recentemente, no interior de São Paulo (2025), onde o avanço do desmatamento e as mudanças climáticas ampliaram o habitat dos mosquitos vetores, colocando novas regiões em risco.

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Casos de febre amarela aumentam na América Latina, mostra alerta epidemiológico da OPAS

Essa trajetória histórica revela não apenas a resistência do vírus, mas também a importância contínua da vigilância e inovação no combate à doença.

Estratégias Globais de Combate

A Iniciativa EYE, da OMS, busca vacinar 1 bilhão de pessoas até 2026, focando em África e Américas. No Brasil, testes com mosquitos modificados pela bactéria Wolbachia (que bloqueia a transmissão do vírus) mostram resultados promissores. Sistemas de inteligência artificial também são usados para prever surtos a partir de dados climáticos e mortes de primatas.

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