A depressão é um transtorno de humor que provoca sentimentos persistentes de tristeza, perda de interesse em atividades diárias e uma série de sintomas físicos e emocionais que prejudicam a qualidade de vida. Diferente de momentos passageiros de tristeza, essa condição prolongada interfere nas relações sociais, no desempenho profissional e no bem-estar geral.
A ansiedade, por sua vez, é uma resposta natural do organismo ao estresse. No entanto, quando se torna excessiva e persistente, configura um transtorno de ansiedade, levando a preocupações constantes, medos irracionais e sintomas físicos como taquicardia e falta de ar.
Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam a depressão e cerca de 260 milhões convivem com transtornos de ansiedade. No Brasil, aproximadamente 9,3% da população sofre com ansiedade, sendo um dos países com maior prevalência da condição.

Neste artigo, vamos explorar em detalhes, como elas age no cérebro, como são definidas pela psicologia, suas principais causas, sinais de alerta e opções de tratamento eficazes.
Como a Depressão e a Ansiedade Agem no Cérebro
Esses transtornos comprometem diversas áreas do cérebro, especialmente aquelas relacionadas à regulação do humor, como:
- Córtex pré-frontal: Responsável pela tomada de decisão e controle emocional, costuma apresentar baixa atividade em pessoas deprimidas, dificultando a concentração e a regulação das emoções.
- Amígdala: Centro das emoções, torna-se hiperativa durante estados depressivos e ansiosos, causando reações exageradas ao estresse e intensificando o medo e a preocupação constante.
- Hipocampo: Envolvido na memória e regulação do estresse, pode encolher com o tempo devido à depressão prolongada, o que resulta em problemas de memória e dificuldade de adaptação a novas situações.
- Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA): O funcionamento alterado desse eixo hormonal aumenta os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, contribuindo para sintomas físicos e emocionais.
Assim, os neurotransmissores, como serotonina, dopamina e noradrenalina, regulam o humor. O desequilíbrio desses químicos cerebrais frequentemente resulta em sensações de apatia, desespero e inquietação excessiva.
A Visão da Psicologia Sobre a Depressão e a Ansiedade
A psicologia explica esses transtornos sob diferentes perspectivas teóricas. Por exemplo:
- Abordagem cognitivo-comportamental: Padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos negativos influenciam a depressão e ansiedade.
- Psicanálise: O transtorno reflete conflitos inconscientes não resolvidos.
- Humanismo: A falta de significado e crescimento pessoal pode levar à depressão e à ansiedade.
De acordo com a psicóloga clínica especialista em saúde mental, Dra. Mariana Silva, “a depressão e a ansiedade não são apenas respostas emocionais negativas a situações difíceis, mas sim quadros complexos que envolvem fatores biológicos e psicológicos interligados. O tratamento eficaz deve considerar a individualidade de cada paciente e envolver uma abordagem integrada que contemple tanto a mente quanto o corpo.”
Principais Causas da Depressão e Ansiedade
Esses transtornos resulta de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais, incluindo:
- Genética: O histórico familiar aumenta a predisposição.
- Estresse crônico: Problemas financeiros, pressão no trabalho e conflitos interpessoais frequentemente desencadeiam a condição.
- Eventos traumáticos: Luto, abuso ou experiências negativas do passado contribuem para o surgimento da depressão e ansiedade.
- Doenças físicas: Condições como diabetes e doenças cardiovasculares elevam o risco.
- Uso de substâncias: O abuso de álcool e drogas agrava os sintomas depressivos.
- Excesso de telas: A vida moderna, com o uso excessivo de dispositivos eletrônicos e redes sociais, aumenta os casos de depressão. Estudos indicam que o tempo prolongado em frente às telas afeta negativamente o sono, intensifica a ansiedade e reduz a interação social real, contribuindo para o isolamento e sentimentos de solidão.
Como Identificar a Depressão

É importante ressaltar que a depressão difere da tristeza passageira. Enquanto a tristeza é uma emoção natural diante de perdas ou frustrações, a depressão persiste e não melhora com o tempo, afetando todas as áreas da vida. Os principais sinais de alerta incluem:
- Sensação constante de tristeza ou vazio.
- Perda de interesse em atividades antes prazerosas.
- Alterações no apetite e peso corporal.
- Insônia ou excesso de sono.
- Fadiga e falta de energia.
- Dificuldade de concentração.
- Pensamentos suicidas ou de autolesão.
Por isso, buscar ajuda profissional é essencial se esses sintomas persistirem por mais de duas semanas e prejudicarem a vida cotidiana.
Tratamentos para Depressão
Felizmente, a depressão tem tratamento e diversas abordagens eficazes, como:
1. Terapia Psicológica
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Modifica padrões de pensamento negativos.
- Psicoterapia Interpessoal: Trabalha relações e conflitos interpessoais.
- Terapia Psicodinâmica: Explora questões inconscientes subjacentes.
2. Medicamentos Antidepressivos
- Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), como fluoxetina.
- Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN).
- Antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoamina oxidase (IMAO).
3. Estilo de Vida Saudável
- Exercícios físicos regulares, alimentação balanceada e sono adequado favorecem a recuperação.
- Atividades como meditação e mindfulness demonstram impactos positivos na saúde mental.
4. Tratamentos Inovadores
- Estimulação magnética transcraniana (EMT) para casos resistentes.
- Terapias com cetamina, que oferecem alívio rápido para sintomas graves.
Em suma, a depressão e a ansiedade representam condições sérias, mas tratáveis. Conscientizar-se sobre os sintomas, causas e tratamentos é essencial para auxiliar quem enfrenta essas doenças silenciosas. Se você ou alguém que conhece está passando por dificuldades emocionais, procure apoio profissional.
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