A dengue é uma doença viral de alta prevalência que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Com um impacto significativo na saúde pública, essa enfermidade é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, cuja proliferação está diretamente relacionada às condições ambientais e urbanas.

A dengue é considerada uma das principais causas de morbidade e mortalidade em países tropicais e subtropicais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 390 milhões de pessoas sejam infectadas anualmente, das quais 96 milhões apresentam manifestações clínicas. No Brasil, somente em 2022, mais de 1,4 milhão de casos foram registrados, resultando em mais de mil óbitos. Estes números destacam a gravidade do impacto na saúde pública, sobrecarregando hospitais e serviços médicos, especialmente durante surtos.

O Que É Dengue e a Sua Origem

A dengue é causada por um vírus pertencente à família Flaviviridae, com quatro sorotipos conhecidos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Cada sorotipo pode causar a infecção, e a imunidade adquirida contra um deles não protege contra os demais.

Os primeiros registros clínicos da dengue datam do século XVIII, com os primeiros registros clínicos da doença em regiões tropicais. A globalização e o aumento do transporte internacional contribuíram para a disseminação do Aedes aegypti, intensificando o impacto da dengue em diversos continentes.

Por Que a Dengue É um Risco Para a Sociedade?

1. Impacto na Saúde Pública:
   • A dengue é uma das doenças mais prevalentes em países tropicais. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de metade da população mundial está em áreas de risco.
   • Em 2022, o Brasil registrou mais de 1,4 milhão de casos de dengue, com aumento significativo nos estados do Sudeste e Centro-Oeste.
2. Efeitos Econômicos e Sociais:
   • A dengue sobrecarrega o sistema de saúde, especialmente durante surtos, quando hospitais lidam com um número elevado de internações.
   • A ausência de trabalhadores infectados impacta a economia e reduz a produtividade em setores críticos.
3. Ameaça à Vida:
   • Casos graves, como a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue, podem matar se não tratados rapidamente.

Como a Dengue É Transmitida?

O Aedes aegypti, principal vetor da dengue, transmite o vírus ao picar uma pessoa infectada e depois outra saudável. Este mosquito possui hábitos diurnos (ativo durante o dia) e prefere áreas urbanas, adaptando-se a ambientes domésticos.

Além disso, o ciclo de vida do mosquito é influenciado por fatores como:

• Temperatura: Climas quentes aceleram o desenvolvimento do mosquito.
• Água parada: Locais com água acumulada, como pneus, garrafas e caixas d’água destampadas, são criadouros ideais.

Estudos indicam que o aumento das temperaturas globais e o crescimento da urbanização desordenada são os principais impulsionadores da disseminação do mosquito.

Sintomas e Fatores Agravantes

Os sintomas da dengue variam de acordo com a gravidade da infecção. Nos casos leves, incluem febre alta, dores musculares e manchas vermelhas na pele. No entanto, os casos graves podem evoluir para:

• Hemorragias severas: Sangramentos internos ou nas gengivas e nariz.
• Choque circulatório: Queda perigosa da pressão arterial, levando a falência de órgãos.
• Dengue grave em gestantes: Riscos de transmissão vertical para o feto, aumentando a mortalidade materna e neonatal.

Pessoas com doenças crônicas, crianças pequenas e idosos estão entre os grupos de maior risco.

Locais de Maior Risco

Áreas com alta densidade populacional, falta de saneamento básico e clima tropical estão mais vulneráveis à dengue. A ausência de saneamento adequado contribui para o acúmulo de água parada em locais como ruas, terrenos baldios e residências, criando ambientes propícios para a proliferação do Aedes aegypti. No Brasil, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam incidências elevadas de risco de dengue, devido à combinação de fatores climáticos e sociais.

A vulnerabilidade social também desempenha um papel significativo. Comunidades em situação de pobreza geralmente têm menos acesso a infraestrutura e serviços básicos, aumentando a exposição ao mosquito transmissor.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que cerca de 35 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água tratada, enquanto mais de 100 milhões não têm coleta de esgoto. Essas condições reforçam a necessidade de políticas públicas robustas para mitigar os riscos da dengue.

Prevenção e Controle da Dengue

Governos, sociedade e indivíduos devem unir esforços para prevenir a dengue. Algumas estratégias incluem:

1. Educação e Conscientização: Promover campanhas para informar a população sobre os riscos da dengue e como evitar criadouros do mosquito.
2. Vacinas: A vacina Dengvaxia, aprovada pela Anvisa, é recomendada para pessoas que já tiveram dengue e moram em áreas de alta incidência. No entanto, ainda há desafios na produção de vacinas universais para todos os sorotipos.
3. Iniciativas Tecnológicas:
   • Uso de mosquitos geneticamente modificados (Aedes aegypti estéril) para reduzir a população do vetor.
   • Tecnologia Wolbachia, onde mosquitos infectados com essa bactéria têm sua capacidade de transmitir o vírus reduzida.
4. Manutenção Doméstica:
   • Inspecionar regularmente áreas externas e eliminar recipientes que acumulam água.
   • Uso de telas em janelas e mosquiteiros para evitar o contato com mosquitos.

Mudanças Climáticas e Dengue

As mudanças climáticas são um fator crítico na expansão da dengue. Aumento das temperaturas, chuvas mais intensas e urbanização acelerada criam condições ideais para a reprodução do Aedes aegypti. Um estudo publicado na revista Nature Climate Change prevê que, até 2050, mais de 60% da população mundial estará em áreas de risco.

A conscientização, o investimento em tecnologia e a ação proativa são fundamentais para proteger as comunidades da disseminação dessa doença.

Eliminar os criadouros do mosquito e apoiar iniciativas de controle biológico são passos cruciais para reduzir o impacto da dengue no Brasil e no mundo.

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