A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma condição crônica que afeta milhões de pessoas no Brasil e em todo o mundo. Apesar de ser amplamente conhecida, ela é frequentemente subestimada por seu caráter silencioso — muitos indivíduos convivem com a hipertensão sem apresentar sintomas perceptíveis até que complicações graves surjam.
O Que é Hipertensão?
A hipertensão arterial é caracterizada pelo aumento persistente da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. Ela é diagnosticada quando a pressão sistólica (o valor mais alto, correspondente ao batimento cardíaco) é igual ou superior a 140 mmHg e/ou a pressão diastólica (o valor mais baixo, correspondente ao relaxamento do coração) é igual ou superior a 90 mmHg.
Esse aumento na pressão pode causar danos ao endotélio (camada interna dos vasos sanguíneos), levando à rigidez arterial e, com o tempo, à formação de placas de gordura. Esses processos são fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).
Além disso, a hipertensão sobrecarrega órgãos vitais, como os rins, o coração e o cérebro, podendo resultar em complicações como insuficiência renal, hipertrofia ventricular esquerda e até demência vascular.

Hipertensão no Brasil
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) indicam que cerca de 24% da população brasileira adulta é hipertensa, o que equivale a aproximadamente 38 milhões de pessoas.
O problema é mais prevalente em faixas etárias mais avançadas: estima-se que 60% das pessoas com mais de 60 anos sofram da condição. Além disso, fatores como obesidade, sedentarismo e má alimentação têm contribuído para o aumento de casos entre jovens e adultos de meia-idade.
Fatores de Risco para Hipertensão
- Genética: Um histórico familiar de hipertensão aumenta significativamente o risco de desenvolvimento da condição.
- Estilo de Vida: Dietas ricas em sódio e pobres em nutrientes, consumo excessivo de álcool, tabagismo e falta de atividade física são fatores determinantes.
- Estresse Crônico: O estresse aumenta temporariamente a pressão arterial e, quando constante, pode contribuir para a hipertensão.
- Outras Condições de Saúde: Diabetes, obesidade e apneia do sono frequentemente coexistem com a hipertensão.
Sintomas Silenciosos e Possíveis Complicações

Muitas vezes, a hipertensão é chamada de “assassina silenciosa” porque pode não apresentar sintomas visíveis por anos. No entanto, quando os sintomas aparecem, eles podem incluir:
- Dor de cabeça constante, especialmente na região da nuca.
- Tonturas e sensação de desmaio.
- Visão embaçada ou alterações visuais.
- Palpitações e sensação de cansaço extremo.
Sem tratamento, a hipertensão pode levar a complicações como:
- Infarto do miocárdio: Resultado da obstrução de artérias coronárias.
- Acidente Vascular Cerebral (AVC): Causado por rompimento ou obstrução de vasos cerebrais.
- Insuficiência Renal: A hipertensão pode danificar os glomérulos, estruturas essenciais dos rins.
- Aneurisma: Dilatação anormal das artérias, com risco de ruptura fatal.
Como Prevenir a Hipertensão?
A prevenção e o manejo da hipertensão envolvem mudanças no estilo de vida, incluindo:
1. Adotar uma Alimentação Saudável
Dietas ricas em frutas, legumes, grãos integrais e laticínios com baixo teor de gordura têm mostrado reduzir significativamente a pressão arterial. A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) é um exemplo eficaz.
2. Praticar Atividade Física
Exercícios regulares como caminhadas, corrida, natação e outros exercícios aeróbicos ajudam a regular a pressão arterial ao fortalecer o coração, melhorar a circulação e reduzir o estresse oxidativo. Estudos também mostram que práticas como yoga podem complementar esses benefícios, reduzindo ainda mais os níveis de estresse.
3. Reduzir o Consumo de Sal
O sódio contribui para o aumento da pressão arterial ao reter líquidos no organismo, o que aumenta o volume de sangue circulante. A recomendação da OMS é limitar o consumo a 5 gramas por dia, e optar por ervas e especiarias como substitutos do sal é uma prática recomendada.
4. Monitorar o Peso
A obesidade é um dos maiores fatores de risco para hipertensão. A redução de 5% a 10% do peso corporal já pode ter um impacto significativo na regulação da pressão arterial.
5. Abandonar o Tabagismo
O cigarro aumenta a pressão arterial, danifica os vasos sanguíneos e agrava problemas cardiovasculares. Parar de fumar não só reduz esses riscos como também melhora a capacidade pulmonar e a qualidade de vida em geral.
Nos casos em que as mudanças no estilo de vida não são suficientes, medicamentos anti-hipertensivos, prescritos por um médico, podem ser necessários. Eles incluem diuréticos, betabloqueadores, inibidores da ECA e bloqueadores dos canais de cálcio, entre outros.
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