As mudanças climáticas representam uma das maiores ameaças à saúde humana no século XXI. Além de afetar o meio ambiente, elas têm impactos diretos e indiretos no bem-estar das populações em todo o mundo. Eventos climáticos extremos, como ondas de calor, tempestades, inundações e secas, já causaram milhares de mortes e afetaram milhões de pessoas. Vamos explorar como essas mudanças afetam a saúde e o que podemos esperar para o futuro.
Eventos Climáticos Extremos e Saúde
Os eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), entre 1998 e 2017, desastres relacionados ao clima causaram a morte de mais de 1,3 milhão de pessoas e afetaram 4,4 bilhões.
- Ondas de calor: Podem levar à desidratação, insolação e agravamento de doenças cardiovasculares e respiratórias. Em 2022, a Europa registrou mais de 15 mil mortes relacionadas a ondas de calor.
- Tempestades e inundações: Além de causar mortes e ferimentos, elas aumentam o risco de doenças transmitidas pela água, como cólera e leptospirose.
Doenças Transmitidas por Vetores
O aquecimento global está alterando a distribuição de vetores de doenças, como mosquitos, carrapatos e outros organismos que transmitem enfermidades.
- Dengue e malária: O aumento das temperaturas e da umidade cria condições ideais para a proliferação de mosquitos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência de dengue aumentou 30 vezes nos últimos 50 anos, com mais de 100 países em risco.
- Zika e chikungunya: Essas doenças também estão se expandindo para novas regiões, incluindo áreas antes consideradas seguras.
Dado importante: Um estudo publicado na revista Nature Climate Change estima que, até 2050, mais de 1 bilhão de pessoas poderão estar expostas a doenças transmitidas por vetores devido às mudanças climáticas.

Segurança Alimentar e Hídrica
As mudanças climáticas afetam diretamente a produção agrícola e a disponibilidade de água potável, comprometendo a segurança alimentar e hídrica.
- Produção agrícola: Secas prolongadas e chuvas irregulares reduzem a produtividade de culturas essenciais, como milho, trigo e arroz. Segundo a Embrapa, o Brasil pode perder até 25% de sua produção agrícola até 2050 se não forem adotadas medidas de adaptação.
- Escassez de água: A falta de água potável aumenta o risco de desidratação e doenças relacionadas à água contaminada. A ONU estima que, até 2030, cerca de 700 milhões de pessoas poderão ser deslocadas devido à escassez de água.
Saúde Mental
Os impactos das mudanças climáticas não são apenas físicos; eles também afetam a saúde mental.
- Estresse pós-traumático: Desastres naturais, como furacões e inundações, podem causar traumas duradouros.
- Ansiedade e depressão: A incerteza sobre o futuro e a perda de lares e meios de subsistência contribuem para o aumento desses transtornos.
- Eco-ansiedade: Um fenômeno crescente, especialmente entre jovens, que se sentem sobrecarregados com as notícias sobre mudanças climáticas.
Segundo a ONU, até 2050, os impactos psicológicos das mudanças climáticas podem se tornar uma das principais causas de problemas de saúde mental em todo o mundo.

Projeções para o Futuro
Se as tendências atuais continuarem, os impactos das mudanças climáticas na saúde humana serão ainda mais graves nas próximas décadas.
- Aumento de mortes: A OMS estima que, entre 2030 e 2050, as mudanças climáticas poderão causar cerca de 250 mil mortes adicionais por ano devido a desnutrição, malária, diarreia e estresse térmico.
- Custos econômicos: Os custos diretos para a saúde relacionados às mudanças climáticas podem chegar a US$ 4 bilhões por ano até 2030.
- Deslocamento populacional: Até 2050, mais de 200 milhões de pessoas podem ser forçadas a migrar devido a eventos climáticos extremos e escassez de recursos.
As mudanças climáticas não são “historinhas” – Elas já estão batendo à nossa porta, afetando a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo, e se alastrando à um nível irreversível. Seja através de ondas de calor, expansão de doenças como dengue e malária, ou da insegurança alimentar e hídrica que ameaça comunidades inteiras, os impactos são reais e urgentes.
E não para por aí. A saúde mental também está em jogo, com o aumento de ansiedade, depressão e estresse causados por desastres naturais e incertezas sobre o futuro. É como se o planeta estivesse nos enviando um alerta vermelho…
Mas há esperança. Podemos mudar esse cenário com ações coletivas e individuais. Reduzir emissões de carbono, investir em energias limpas, fortalecer sistemas de saúde e adotar práticas sustentáveis no dia a dia são passos essenciais. Cada pequena ação conta, desde economizar água até apoiar políticas públicas que protejam o meio ambiente.
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